sábado, 2 de agosto de 2014

Dia dos Pais

De pai para filha



Tive medo de minha paternidade terminar
antes mesmo de começar
Ela me deu um grande susto
ao estrear por aqui sem chorar

Seu primeiro pranto foi como música leve
que eu não queria mais parar de escutar
A enfermeira não esperou nadinha
e a colocou em meus braços...
Eu fiquei sem ar

Mudara ali todo o meu mundo...
Como pode tão pequeno e frágil ser
Despertar tamanho bem querer?
Minha vida que foi sem meta outrora
Tornou-se um porto seguro com ela agora

Na tranquilidade de seu silêncio eu a contemplava
Fazia carinha de feliz, triste, assustada, curiosa e brava
Tão inocente e indefesa
e ainda dona de singular beleza

Hoje seus olhos são janelas
que se abrem para um mundo de encantamento
todo cheio de boas lembranças, lembro de tudo, de cada momento
que conduziram a esta transformação
fazendo de um garoto um homem
e despertando uma incomparável paixão

(Texto: Juliano Gonçales)

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