De pai para filha
Tive medo de minha paternidade terminar
antes mesmo de começar
Ela me deu um grande susto
ao estrear por aqui sem chorar
Seu primeiro pranto foi como música leve
que eu não queria mais parar de escutar
A enfermeira não esperou nadinha
e a colocou em meus braços...
Eu fiquei sem ar
Mudara ali todo o meu mundo...
Como pode tão pequeno e frágil ser
Despertar tamanho bem querer?
Minha vida que foi sem meta outrora
Tornou-se um porto seguro com ela agora
Na tranquilidade de seu silêncio eu a contemplava
Fazia carinha de feliz, triste, assustada,
curiosa e brava
Tão inocente e indefesa
e ainda dona de singular beleza
Hoje seus olhos são janelas
que se abrem para um mundo de encantamento
todo cheio de boas lembranças, lembro de tudo,
de cada momento
que conduziram a esta transformação
fazendo de um garoto um homem
e despertando uma incomparável paixão
(Texto:
Juliano Gonçales)
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